1 de março de 2010

Quase

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Eu quase consegui abraçar alguém semana passada. Por um milésimo de segundo eu fechei os olhos e senti meu peito esvaziado de você. Foi realmente quase. Acho que estou andando pra frente. Ontem ri tanto no jantar, tanto que quase fui feliz de novo. Ouvi uma história muito engraçada sobre uma diretora de criação maluca que fez os funcionários irem trabalhar de pijama. Mas aí lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu queria contar essa história para você. E fiquei triste de novo. Hoje uma pessoa disse que está apaixonada por mim. Alguém gosta de mim. E o mais louco de tudo nem é isso. O mais louco de tudo é que eu também acho que gosto dele. Quase consigo me animar com essa história, mas me animar ou gostar de alguém me lembra você. E fico triste novamente. Eu achei que quando passasse o tempo, eu achei que quando eu finalmente te visse tão livre, tão forte e tão indiferente, eu achei que quando eu sentisse o fim, eu achei que passaria. Não passa nunca, mas quase passa todos os dias. Chorar deixou de ser uma necessidade e virou apenas uma iminência. Sofrer deixou de ser algo maior do que eu e passou a ser um pontinho ali, no mesmo lugar, incomodando a cada segundo, me lembrando o tempo todo que aquele pontinho é um resto, um quase não pontinho. Você, que já foi tudo e mais um pouco, é agora um quase. Um quase que não me deixa ser inteira em nada, plena em nada, tranqüila em nada, feliz em nada. Eu quase consigo te tratar como nada. Mas aí quase desisto de tudo, quase ignoro tudo, quase consigo, sem nenhuma ansiedade, terminar o dia tendo a certeza de que é só mais um dia com um restinho de quase e que um restinho de quase, uma hora, se Deus quiser, vira nada. Mas não vira nada nunca. Eu quase consegui te amar exatamente como você era, quase. E é justamente por eu nunca ter sido inteira pra você que meu fim de amor também não consegue ser inteiro.
Eu quase não te amo mais, eu quase não odeio aquela foto com aquelas garotas, eu quase não morro com a sua presença, eu quase nao escrevo esse texto.
Tati Bernardi

11 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Caá!
Valeu a visita, obrigada :D
eu quase me acabei nesse finde, uahsuahs
tbm tô seguindo!!

beijão

Anônimo disse...

Tati Bernardi ainda me mata, essa mulher diz tudo.
Beijos Ca

Unknown disse...

Esse quase realmente é de doer!!
Ou de rir!!
Basta mentalizar o que vc quer acreditar.
Beijooo

thais m. disse...

Quase é sempre triste . Nunca vira nada . E isso não nos permite ser alguém completa . O pior é que quando pensamos que vai , sempre lembramos daquele quase . Confuso :~

Tati Bernardi é genial :)
Gostei .

Um beijo , moça .

Raquel Diniz disse...

E eu quase choro lendo esse texto... me identifiquei :}

:*

Iris Isis disse...

É, um quase mata a gente por completo, mas não nos deixa ser completos.
Beijones :*


http://apenasummontedepalavras.blogspot.com/

Bruna Tenório disse...

Um quase nem sempre é o suficiente.
Obrigada pelo comentário lá no blog! ^^

anaa ' disse...

que lindo *-*
ja tive esse tempo dos "quase", mas ai quando vc menos espera, o quase some *-*

Dani Ferreira disse...

Meu vos escreve coisas que realmente tocam lá no fundo sabe?
é um amor que não nos permite fazer nada por completo. Levou uma parte de nós, e a nem sabemos se vai voltar ://

Babih Xavier disse...

E amor é um vício que te mata aos poucos, porém é o único q pode te manter vivo.

Daniela Filipini disse...

A Tati Bernardi escreve de um jeito tão simples e tão sincero que chego a me identificar de vez em quando! =)

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